“É a crise!” Quantas vezes você já ouviu esse tipo de comentário em rodas de conversa, noticiários, desabafos perante uma situação difícil, como a demissão de algum conhecido? Dentre tantas, o cenário político e econômico desfavoráveis da atualidade têm influenciado o que vai além do que o meio externo pode controlar. A crise dos últimos tempos tem como consequência o desequilíbrio emocional – podendo chegar a patologias de origens mais graves, como a depressão –, e coloca em pauta o próprio sentido da vida.

Apesar de instável, pode haver muito mais a aprender consigo mesmo do que se imagina. A perda de uma oportunidade profissional, um projeto que não sai do papel e a sensação de que todos ao seu redor estão evoluindo menos você (os sorrisos nas redes sociais estão aí para provar) podem ser a força motora necessária para uma mudança de vida de dentro para fora.

Mas como podemos encarar as dificuldades como portas para o autoconhecimento?

1. Seja para depois ter

Muitas vezes, os caminhos que traçamos rumo ao sucesso financeiro não são os que garantem o equilíbrio mental que precisamos para viver tranquilamente. Bens materiais são interessantes em curto prazo, mas do que você tem que abrir mão para consegui-los?

Muitas pessoas, para dar conta das várias atividades diárias entram no modo automático e não percebem que estão abrindo mão de seus objetivos reais, seu propósito de vida. Apenas reagem ao que o mundo pede e para sobreviver optam por escolhas que trazem resultados imediatos, o que em não é de todo ruim. O problema está na frequência com isso ocorre, pois, ao entrar no “modo automático”, distancia-se de sua essência para viver em prol de reconhecimento e status social. Uma tentativa de preencher o vazio emocional que culmina na dependência “do ter para ser”.

Abandone as ideias impostas sobre o dinheiro, nem todas as coisas valiosas na vida é adquirido através do que o dinheiro pode comprar. Respeite o dinheiro e gere o seu próprio valor, pois somente depois de criar o seu valor próprio outras oportunidades se abrirão para você. A vida é uma grande oportunidade e pede para que se dê sentido a ela.

2. Conheça-se emocionalmente

Saber quais são suas próprias limitações e entender que a saúde mental é tão importante quanto à física são princípios cruciais para uma vida saudável. Procure refletir sobre o modo de vida que leva e como ele pode impactar no campo emocional.

Conhecer a si mesmo, é saber nomear as próprias emoções, pensamentos e não negar, nem cultivar, conteúdos negativos que possam parecer prejudiciais a sua paz interior.

Você pode esconder das pessoas ao redor o que sente, mas não de si mesmo. O corpo sente e reage as emoções abafadas e as agressões vividas, a mente e o corpo estão intimamente conectadas e aquilo que não é vivido, não é sentido, é convertido em doenças físicas, sejam doenças mais graves ou até mesmo aquela dor de garganta que insiste em aparecer.

Diante de uma situação que lhe agrade ou que te desagrade, procure entender o porquê desse sentimento e assim reconecte-se com o seu mundo interno, dê mais sentido a sua vida através da saúde emocional.

Faça da sua mente um lugar melhor para se viver, viva suas emoções, sinta seus sentimentos. Isso não é sinal de fraqueza, isso faz de você um melhor ser humano (para você e para as pessoas ao seu redor).

3. Aprenda com os erros

As falhas podem ser grandes oportunidades para experiências futuras mais conscientes e cautelosas. Ao invés de tentar descartá-las, que tal utilizá-las como lições que podem contribuir com a sua evolução?

Confiança excessiva e um grau exagerado de otimismo pode fazer com que se desperdice energia em tarefas sem sentido.

Fingir que nada aconteceu nem sempre é o melhor caminho.

Se permitir entrar em contato com o erro, sentir o desconforto, saber no que errou, encarar o erro de frente, é o caminho para compreender muito dos ” porquês” da vida. E assim, encontrar em si respostas para aquelas questões que muitas vezes pareciam não existir.

É preciso sentir para seguir adiante, e assim aumentar o repertório de sabedoria e aprender através de si mesmo o caminho que deve seguir.

Se dê a chance de sentir, se dê a chance de ser real, se dê a chance de ser você mesmo.

4. Tenha a si mesmo como parâmetro (e não os outros)

Olhe ao seu próprio redor: sua família, amigos, conquistas e sonhos. Eles são o que você planejou? Traçar metas que condizem com a sua realidade é uma forma de evitar pensar que as outras pessoas estão melhores que você e sair da zona de conforto.

Pode parecer difícil ter si mesmo como parâmetro na era da informação. Afinal com tanta referência o tempo todo dos mais variados assuntos, o uso desregulado da comparação como meio de “ajuda”, utilizar esses recursos em sua rotina de vida faz com que sua capacidade criativa diminua.

Ter referências, admirar o belo, é saudável e faz parte da vida. O perigo está quando esta admiração guie sua vida, fazendo com que você viva para ter o que o outro têm, te guie para fazer o que o outro pensa ser melhor para você e assim, você acaba vivendo a vida do outro, uma fantasia e deixe de viver de maneira real, autêntica.

Lembre-se; você leva a vida que você mesmo cria e obtém dela aquilo que você põe.

5. Adapte-se para as novas oportunidades

De uns tempos para cá, os requisitos profissionais e a forma como as empresas selecionam e avaliam sua força de trabalho seguem as mudanças de novas demandas. Se o mercado se reinventa a todo o momento, por que devemos ser sempre os mesmos?

Para se adaptar a nova realidade é preciso entender sua personalidade, suas habilidades antes de tudo entender que cada pessoa é única e se é preciso se adaptar, é preciso respeitar a individualidade. A velocidade dos dias atuais nem sempre é compatível com o tempo emocional de cada pessoa, pois se adaptar, ser alvo de mudança exige uma compreensão de si, das experiências vividas tendo em vista uma melhor qualidade de vida. Falar em mudança nem sempre é algo fácil, muitas pessoas preferem seguir no lugar em que se encontram por medo do que a mudança pode acarretar, outras porque simplesmente não sabem por onde começar.

Para se adaptar é preciso ter conhecimento sobre si mesmo. Saber quais são suas habilidades, conhecer sua personalidade e entender que muito do que você é são “características herdadas, aprendidas e desenvolvidas de experiências na vida” e, para que se atinja seu objetivo é preciso se conhecer; O que gosto de fazer, o que sou bom fazendo, o que me traz satisfação, porque determinada situação desorganiza? Caso o contrário, o que era para promover equilíbrio e bem-estar pode se tornar mais um problema.

Infelizmente, não podemos controlar tudo ao nosso redor, mas, quando desenvolvemos a capacidade de nos conhecer intimamente, aprendemos formas equilibradas de lidar com nossas emoções diante do cenário em que vivemos.

Descobrir nosso papel diante da vida e o que nos motiva parecem ser pequenos passos. Contudo, ao longo do tempo, esses fatores se tornam preciosos e precisos direcionando-se à estabilidade interna – de maneira saudável e menos prejudicial aos seus propósitos e a sua saúde emocional.

Encontre o melhor em você!